quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

LEVÍTICO


O TÍTULO

A Septuaginta deu o nome de Levítico (Lv) a este terceiro livro da Bíblia, possivelmente para indicar que se trata de um texto destinado de modo particular aos levitas. Estes estavam encarregados de exercer o ministério sacerdotal e de atender aos múltiplos detalhes do culto tributado a Deus pelos israelitas. A Bíblia Hebraica, conforme a norma observada em todo o Pentateuco, nomeia o livro pela sua primeira palavra, Wayiqrá, que significa “e chamou”.


OS LEVITAS

Ao ser repartida a terra de Canaã, os levitas (isto é, os membros da tribo de Levi) receberam, em lugar de território, quarenta e oito “cidades para habitá-las” (Nm 35.2-8; cf. Js 21.1-42; 1Cr 6.54-81), repartidas entre as terras atribuídas às outras tribos. Eles, ao contrário, haviam sido separados por Deus para servir-lhe, para cuidarem das coisas sagradas e celebrarem os ofícios religiosos. Esta é a função específica a eles atribuída, especialmente depois que o culto e tudo que com ele se relacionava foram centralizados no templo de Jerusalém.


DIVISÃO DO LIVRO

Pode-se dividir o livro em várias seções. A primeira delas (caps. 1—7) é dedicada inteiramente à regulamentação da apresentação das ofertas e sacrifícios oferecidos como demonstração de gratidão ao Senhor ou como sinal de arrependimento e expiação de algum pecado cometido.
A segunda seção (caps. 8—10) descreve o ritual seguido por Moisés para consagrar como sacerdotes a Arão e aos seus filhos. Consiste em um conjunto de cerimônias oficiadas por Moisés conforme as instruções recebidas de Deus (cf. Êx 29.1-37). Esses ritos de consagração, que incluíam sacrifícios de animais e o uso de vestimentas especiais, foram o passo inicial para a instauração do sacerdócio arônico-levítico, instituição que fundamenta a unidade corporativa do Israel antigo. O cap. 10 relata a morte de dois filhos de Arão, por causa de um pecado de caráter ritual.
Os caps. 11—15 formam a terceira seção do livro, dedicada a definir os termos da pureza e da impureza rituais. Fixa também as normas às quais deveria se submeter todo aquele ou tudo aquilo que houvesse incorrido em algum tipo de impureza.
A seção seguinte traz a descrição dos ritos próprios do grande Dia da Expiação (hebr. Yom Kippur), que todo o povo deve celebrar no dia 10 do sétimo mês de cada ano.
A quinta seção (caps. 17—25) se ocupa da assim chamada Lei de santidade, enunciada de forma sintética em 19.2. Aqui nos encontramos em pleno coração do livro de Levítico, onde junto a algumas instruções relativas ao culto, se assinalam as normas que Israel, tanto sacerdotes como o povo, está obrigado a observar para que a vida de cada um em particular e da comunidade em geral permaneça regida pelos princípios da santidade, da justiça e do amor fraterno.
Os dois últimos capítulos incluem, respectivamente, uma série de bênçãos e maldições, que correspondem a atitudes de obediência ou desobediência a Deus (cap. 26), e uma relação de pessoas, animais e coisas que estão consagradas a Deus (cap. 27).


ESBOÇO:

1. Ofertas e sacrifícios (1.1—7.38)
2. Consagração do sacerdote (8.1—10.20)
3. Leis referentes à pureza e impureza legais (11.1—15.33)
4. O Dia da Expiação (16.1-34)
5. A “Lei de santidade” (17.1—25.55)
6. Bênçãos e maldições (26.1-46)
7. Sobre o que é consagrado a Deus (27.1-34)


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