quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Segunda Carta a Timóteo

DATA E LUGAR
Esta Segunda Epístola a Timóteo (2Tm), discípulo e colaborador de Paulo, tem uma entonação especialmente dramática. Segundo alguns interpretam os testemunhos que encontramos na própria carta, a sua redação pode situar-se na época de Nero, por volta dos anos 66 ou 67, quando o apóstolo se encontrava preso em Roma (2.9; cf. 1.8,16-17).
Já anteriormente havia passado dois anos na prisão, na capital do império; mas foram dois anos de prisão atenuada, de um regime aberto que, inclusive, lhe permitia dispor de casa independente (At 28.30). Depois disso, parece que foi posto em liberdade e que, durante algum tempo, pôde dedicar-se novamente ao seu trabalho de apostolado na Macedônia, Creta, Ásia Menor e outros lugares.


PAULO ENCARCERADO
Mais tarde, Paulo voltou a ser preso; mas esta vez, conforme é referido em 2 Timóteo, a situação era bastante diferente. Ele mesmo diz que as condições do seu cativeiro eram agora tão duras, que, inclusive, o tratavam “como malfeitor” (2.9), o que significa, entre outros males, que estava sujeito a “algemas” (1.16). E o término previsível das suas expectativas para si era o de uma execução em breve: Porque “estou sendo já oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado” (4.6-8).
À gravidade dessa situação pessoal do apóstolo haveria que ser acrescida uma grande tristeza, causada pelo mau comportamento de alguns, como Demas e Alexandre, o latoeiro (4.10,14) e, por ver-se esquecido por outros em circunstâncias muito difíceis e angustiantes (4.16).
É provável, além do mais, que a sua saúde estivesse debilitada na prisão e que necessitasse da indispensável roupa de frio (4.13). Tudo isso lhe ocorria quando somente tinha Lucas ao seu lado (4.11), pois os seus outros colaboradores se achavam ausentes de Roma, dedicados ao cumprimento das suas respectivas tarefas e ministérios. Esse desfavorável acúmulo de circunstâncias explica a insistência com que Paulo roga a Timóteo: “Procura vir ter comigo depressa” (4.9), “Apressa-te a vir antes do inverno” (4.21).


PROPÓSITO
Da presente epístola, a última do apóstolo, se tem dito que representa o seu testamento espiritual. Nela, exorta o seu “amado filho Timóteo” (1.2) a manter-se fiel e a não envergonhar-se de ser testemunha de Jesus Cristo (1.6—2.13). E o encarrega de anunciar com diligência o evangelho (3.14—4.2), de admoestar com prudência os crentes (2.14), de corrigi-los com humildade (2.24-25) e de estar disposto a fazer frente às dificuldades “como bom soldado de Cristo Jesus” (2.3. Cf. 2.9; 3.12; 4.5).
A epístola também previne Timóteo contra condutas desviadas que algum dia poderiam chegar a introduzir-se na igreja, quando pessoas, “tendo forma de piedade” (3.5), “homens de todo corrompidos na mente, réprobos quanto à fé” (3.8), “se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas” (4.4).
Diante do previsível final próximo da sua vida (4.6-8), o apóstolo aconselha o seu discípulo sobre o melhor cumprimento da responsabilidade pastoral de que o havia incumbido: “que reavives o dom de Deus que há em ti pela imposição das minhas mãos” (1.6); “fortifica-te na graça que está em Cristo Jesus” (2.1); “faze o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério” (4.5).
A carta é concluída com uma série de instruções, lembranças pessoais e saudações.



ESBOÇO:
Prólogo (1.1-5)
1. Exortação a permanecer fiel e guardar a fé (1.6-18)
2. Um bom soldado de Jesus Cristo (2.1-13)
3. Um obreiro aprovado (2.14-26)
4. Caráter dos homens nos últimos dias (3.1-17)
5. Pregação da palavra (4.1-8)
6. Instruções pessoais (4.9-18)
Epílogo (4.19-22)

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