sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Carta do Apóstolo Paulo a Tito

TITO
A conversão de Tito foi resultado da pregação de Paulo em Antioquia da Síria. A Paulo devemos também tudo quanto sabemos sobre o caráter, personalidade e ministério daquele seu amigo e colaborador, ao qual chama de “verdadeiro filho, segundo a fé comum” (1.4). O apóstolo o menciona em três das suas epístolas (2Co 2.13; 7.6-7,13-14; 8.6,16,23; 12.18; Gl 2.1,3 e 2Tm 4.10) e dirige a ele a presente carta.
O livro de Atos, no entanto, não contém nenhuma referência a Tito, apesar de ter sido companheiro de Paulo na sua viagem a Jerusalém, quando ocorreu a chamada “reunião dos apóstolos” (At 15.4-29; cf. Gl 2.1). Seguramente a sua presença ali representou um papel relevante em apoio às razões de Pedro, Paulo, Tiago e outros, frente àqueles que pretendiam que os gentios, para chegarem a ser cristãos, se submetessem à lei mosaica (At 15.1,5; cf. Gl 2.3).
Passado um tempo, o apóstolo confiou a Tito missões tão delicadas como pôr ordem na igreja de Corinto (2Co 2.13; 7.6-7,13-14; 8.6,16,23; 12.18) e organizar a vida da comunidade cristã da ilha de Creta (Tt 1.5). Também visitou a Dalmácia, ao norte do litoral adriático (2Tm 4.10), visita sobre a qual não há informação. Paulo, que pensava passar o inverno em Nicópolis, rogou-lhe que fosse para lá, a fim de estar com ele (Tt 3.12).


CONTEÚDO
A Epístola a Tito (Tt), que lhe foi enviada quando se achava em Creta, está muito relacionada com 1Timóteo no que diz respeito aos temas tratados e ao estilo literário. Depois da saudação inicial (1.1-4), Paulo instrui o seu discípulo sobre as condições pessoais que deverão ser achadas nos crentes, especialmente nos chamados a assumir responsabilidades na igreja. Insta também a repreender aos “insubordinados, palradores frívolos e enganadores, especialmente os da circuncisão” (1.10; cf. 1.14). Desse modo, se refere, por um lado, a falsos mestres que com os seus ensinamentos transtornam “casas inteiras” (1.11) e, por outro, às atitudes hostis adotadas por alguns membros da numerosa colônia judaica de Creta (1.5-11).
A má fama dos cretenses era proverbial. Paulo, citando a este respeito o poeta grego Epimênides (séc. VI a.C.), a quem chama de “profeta”, se expressa com dureza inusitada: “Cretenses, sempre mentirosos, feras terríveis, ventres preguiçosos” (1.12-16). Logo, abranda o tom das suas palavras para aconselhar Tito sobre questões pastorais e para animá-lo a conduzir-se sempre de forma exemplar perante todos os crentes, independentemente da idade, sexo ou condição social destes (2.7; cf. 2.1—3.2).
Os ensinamentos sobre a justificação e a salvação pela graça de Deus, e sobre a ação do Espírito Santo (2.11,14 e 3.4-7) fundamentam a exortação do apóstolo para que Tito se mostre firme no governo e na edificação espiritual da igreja (3.1-3,8-11).
A carta é concluída com algumas instruções pessoais e uma breve forma de bênção (3.12-15).


DATA E LUGAR 
Não há informação precisa acerca do lugar e ocasião em que foi redigida a Epístola a Tito. Alguns pensam que pode ter sido enviada da Macedônia, em data anterior ao último e definitivo aprisionamento de Paulo, entre os anos 63 e 67.


ESBOÇO:
Prólogo (1.1-4)
1. Qualificações dos líderes da Igreja (1.5-16)
2. Instrução a vários grupos (2.1-15)
3. Justificação por graça como fundamento da ética cristã (3.1-11)
Epílogo (3.12-15)

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