terça-feira, 12 de novembro de 2013

Primeira Carta a Timóteo

TIMÓTEO
A leal companhia e fiel colaboração de Timóteo foram uma ajuda constante e essencial no trabalho missionário do apóstolo Paulo. Desde o primeiro momento se estabeleceu entre eles um relacionamento, nunca quebrado, de confiança e amizade. Desse relacionamento são testemunho fidedigno as repetidas menções a Timóteo no livro de Atos (At 17.14-15; 18.5; 19.22; 20.4), as que o próprio Paulo faz dele em oito das suas treze cartas (Rm 16.21; 1Co 4.17; 16.10; 2Co 1.1; Fp 2.19; Cl 1.1; 1Ts 1.1; 3.2,6; 2Ts 1.1; Fm 1) e o fato de que, além disso, lhe dirigira duas epístolas nas quais o chama de “verdadeiro filho na fé” (1Tm 1.2) e “amado filho” (2Tm 1.2; 2.1).
Quando, na sua segunda viagem, o apóstolo chegou a Listra, conheceu Timóteo, que vivia ali. Era um jovem de aproximadamente vinte anos de idade, “filho de uma judia crente, mas de pai grego” (At 16.1) isto é, a sua mãe, Eunice, era cristã (2Tm 1.5) de origem judaica, e o seu pai, pagão.
Paulo incluiu Timóteo naquele grupo missionário que muito em breve haveria de levar à Europa o primeiro anúncio do evangelho. Mais tarde, passados alguns anos, o jovem discípulo receberia o encargo de zelar pela “boa doutrina” na Ásia Menor e de impedir possíveis desvios em direção a outros ensinamentos, falsos e destrutivos (1.3-4; 4.6,9,13,16; 6.3-5), que haviam começado a penetrar em comunidades cristãs de formação recente (1.3-11). A alusão aos “mestres da lei”, assim como a ênfase colocada nos valores autênticos da lei de Moisés (1.6-10) denunciam a atividade que os judaizantes estavam desenvolvendo nas igrejas asiáticas.


PROPÓSITO
Esta epístola revela uma séria preocupação do seu autor pela organização da igreja. Isso é evidente no seu interesse em dotá-la de normas de vida e de conduta, válidas tanto para cada membro individualmente como para a edificação e o crescimento espiritual das congregações cristãs em conjunto. Por isso, a carta contém instruções sobre diversos temas: a necessidade da oração e a boa ordem na comunidade (2.1-15), as bases para se chegar a uma eficiente organização da igreja (3.1-13), a vigilância frente ao erro doutrinário (4.1-5; 6.3-5) e a atenção à administração congregacional e ao exercício do ministério pastoral (3.14-15; 5.1—6.2).
Menção especial deve ser feita do texto de 3.16. É um breve poema formado por três pares de versos, que parecem apontar o caminho da exaltação de Jesus Cristo, desde a sua manifestação humana até a sua ascensão e glorificação nos céus. O autor chama “grande mistério da piedade” a esta bela afirmação de fé que vem a ser o centro de gravidade da teologia de 1Timóteo (1Tm).


DATA E LUGAR
A carta nada diz a respeito de data ou lugar de redação. Talvez tenha sido escrita na Macedônia, se, como é provável, Paulo foi para essa região depois de ter sido libertado da sua primeira prisão em Roma (cf. At 28.16,30-31). Naquele mesmo tempo, Timóteo estaria vivendo em Éfeso, para onde, talvez, lhe teria sido remetida a carta (1.3).
Pode-se pensar, no entanto, que Paulo já estivesse próximo ao final da sua vida quando redigiu esta carta, na qual se descobre uma estrutura eclesiástica que parece ser posterior aos primeiros esforços de organização na história do Cristianismo.



ESBOÇO:
Saudação (1.1-2)
1. Advertência contra falsas doutrinas (1.3-11)
2. O ministério de Paulo (1.12-20)
3. Instruções sobre a oração (2.1-15)
4. Qualificações dos bispos (3.1-7)
5. Qualificações dos diáconos (3.8-13)
6. O mistério da piedade (3.14-16)
7. Predição da apostasia (4.1-5)
8. Um bom ministro de Jesus Cristo (4.6-16)
9. Deveres para com os demais (5.1—6.2)
10. Piedade e contentamento (6.3-10)
11. O bom combate da fé (6.11-19)
Epílogo (6.20-21)

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