domingo, 10 de novembro de 2013

Carta aos Tessalonicenses

TESSALÔNICA
Durante a vida do apóstolo Paulo, Tessalônica (a atual Salônica) era a capital da província romana da Macedônia. Gozava de uma economia florescente, devida em grande parte à sua magnífica localização, com um porto que se abria ao mar Egeu e dava entrada e saída a grande parte do importante tráfego comercial entre Roma e a Ásia Menor.
A população tessalonicense era numerosa, Formada por uma mistura de residentes nativos e estrangeiros, estes últimos agrupados em colônias das mais diversas nacionalidades, entre as quais se encontrava a judaica, que devia ser importante, visto ter a sua própria sinagoga (At 17.1).


O EVANGELHO NA EUROPA
Paulo e os seus colaboradores foram os primeiros a levar à Europa o evangelho de Jesus Cristo. Tendo zarpado do porto de Trôade, desembarcaram em Neápolis e logo se dirigiram a Filipos (At 16.11-12), de onde, “tendo passado por Anfípolis e Apolônia, chegaram a Tessalônica” (At 17.1; 1Ts 2.1-2).
O livro de Atos registra as discussões que Paulo manteve com os judeus de Tessalônica durante três sábados (At 17.2). A estada do apóstolo na cidade se prolongou, provavelmente, por cerca de três meses, a julgar por tudo o que aconteceu ali (At 17.4-9; cf. Fp 4.16 sobre a ajuda recebida dos filipenses “não somente uma vez, mas duas”).
A atividade de Paulo em Tessalônica teve como fruto a conversão de alguns judeus, uma “numerosa multidão de gregos piedosos e muitas distintas mulheres” (At 17.4). Mas também provocou inveja de “judeus” que não criam, os quais “alvoroçaram a cidade” até ao ponto de obrigar o apóstolo a abandoná-la precipitadamente (At 17.5-10).


DATA E LUGAR
De Tessalônica, Paulo se dirigiu a Beréia (At 17.10), em seguida a Atenas (At 17.15) e, finalmente, a Corinto (At 18.1), onde aproximadamente no ano 50 redigiu esta Primeira Epístola aos Tessalonicenses (1Ts) (3.6; cf. At 18.5). É a carta mais antiga das que conhecemos do apóstolo e, provavelmente, também o documento mais antigo do Novo Testamento.
A intenção de Paulo era regressar logo a Tessalônica, mas não pôde fazê-lo. Por isso é que ele, de Atenas, enviou Timóteo (2.17-18; 3.2,5-6), encarregando-o de animar os crentes e logo se reunir com ele para informar-lhe do rumo dos assuntos naquela igreja.
Timóteo fez a viagem e voltou a Corinto. De um modo geral, as notícias que levava a Paulo eram boas, embora também falassem de uma certa imaturidade entre os cristãos de Tessalônica. De qualquer forma, Paulo se sentiu satisfeito e não demorou em manifestar isso por escrito.


CONTEÚDO
A primeira das duas seções principais em que se divide o texto (2.1—3.13 e 4.1—5.24) é precedida por um saudação (1.1) e uma ação de graças (1.2-10). Depois dessa introdução, o apóstolo lembra o seu ministério na Macedônia (2.1-16), expõe as razões que o moveram a enviar Timóteo ao invés de voltar ele mesmo a Tessalônica (2.17—3.5) e dá graças a Deus pelas boas notícias das quais Timóteo, ao regressar, havia sido portador (3.6-13).
A segunda seção contém uma exortação para viver em paz e em fidelidade a Deus (4.1-12). O retorno do Senhor, diz ele, é iminente; mas o momento, desconhecido. Portanto, é necessário que estejam atentos e vigilantes (4.13—5.11), visto que “o Dia do Senhor vem como ladrão de noite” (5.2). Os que já haviam morrido, ressuscitarão (4.13-16); e juntos, eles e “os que ficarmos, seremos arrebatados... para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor” (4.17).
A carta conclui com uma exortação a todos os crentes (5.25-28), para que cumpram com solicitude as suas responsabilidades como membros da Igreja de Jesus Cristo (5.12-24).



ESBOÇO:
Prólogo (1.1-10)
1. Ministério de Paulo em Tessalônica (2.1—3.13)
a. Lembranças do ministério em Tessalônica (2.1-16)
b. Razões para o envio de Timóteo (2.17—3.5)
c. Timóteo retorna trazendo boas notícias (3.6-13)
2. Diversas exortações (4.1—5.24)
a. Exortação à santificação e ao amor fraternal (4.1-12)
b. Duas perguntas quanto à vinda de Cristo (4.13—5.11)
c. Responsabilidades sociais e obrigações espirituais (5.12-24)
Epílogo (5.25-28)

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