Jó
19:2-29
2
- Até quando afligireis a minha alma, e me quebrantareis com palavras?
3
- Já dez vezes me vituperastes; não tendes vergonha de injuriar-me.
4
- Embora haja eu, na verdade, errado, comigo ficará o meu erro.
5
- Se deveras vos quereis engrandecer contra mim, e argüir-me pelo meu opróbrio,
6
- Sabei agora que Deus é o que me transtornou, e com a sua rede me cercou.
7
- Eis que clamo: Violência! Porém não sou ouvido. Grito: Socorro! Porém não há
justiça.
8
- O meu caminho ele entrincheirou, e já não posso passar, e nas minhas veredas
pôs trevas.
9
- Da minha honra me despojou; e tirou-me a coroa da minha cabeça.
10
- Quebrou-me de todos os lados, e eu me vou; e arrancou a minha esperança, como
a uma árvore.
11
- E fez inflamar contra mim a sua ira, e me reputou para consigo, como a seus
inimigos.
12
- Juntas vieram as suas tropas, e prepararam contra mim o seu caminho, e se
acamparam ao redor da minha tenda.
13
- Pôs longe de mim a meus irmãos, e os que me conhecem, como estranhos se apartaram
de mim.
14
- Os meus parentes me deixaram, e os meus conhecidos se esqueceram de mim.
15
- Os meus domésticos e as minhas servas me reputaram como um estranho, e vim a
ser um estrangeiro aos seus olhos.
16
- Chamei a meu criado, e ele não me respondeu; cheguei a suplicar-lhe com a
minha própria boca.
17
- O meu hálito se fez estranho à minha mulher; tanto que supliquei o interesse
dos filhos do meu corpo.
18
- Até os pequeninos me desprezam, e, levantando-me eu, falam contra mim.
19
- Todos os homens da minha confidência me abominam, e até os que eu amava se
tornaram contra mim.
20
- Os meus ossos se apegaram à minha pele e à minha carne, e escapei só com a
pele dos meus dentes.
21
- Compadecei-vos de mim, amigos meus, compadecei-vos de mim, porque a mão de
Deus me tocou.
22
- Por que me perseguis assim como Deus, e da minha carne não vos fartais?
23
- Quem me dera agora, que as minhas palavras fossem escritas! Quem me dera,
fossem gravadas num livro!
24
- E que, com pena de ferro, e com chumbo, para sempre fossem esculpidas na
rocha.
25
- Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a
terra.
26
- E depois de consumida a minha pele, contudo ainda em minha carne verei a
Deus,
27
- Vê-lo-ei, por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros o contemplarão; e por
isso os meus rins se consomem no meu interior.
28
- Na verdade, que devíeis dizer: Por que o perseguimos? Pois a raiz da acusação
se acha em mim.
29
- Temei vós mesmos a espada; porque o furor traz os castigos da espada, para
saberdes que há um juízo.
Jó
21:2-34
2
- Ouvi atentamente as minhas razões; e isto vos sirva de consolação.
3
- Sofrei-me, e eu falarei; e havendo eu falado, zombai.
4
- Porventura eu me queixo de algum homem? Porém, ainda que assim fosse, por que
não se angustiaria o meu espírito?
5
- Olhai para mim, e pasmai; e ponde a mão sobre a boca.
6
- Porque, quando me lembro disto me perturbo, e a minha carne é sobressaltada
de horror.
7
- Por que razão vivem os ímpios, envelhecem, e ainda se robustecem em poder?
8
- A sua descendência se estabelece com eles perante a sua face; e os seus
renovos perante os seus olhos.
9
- As suas casas têm paz, sem temor; e a vara de Deus não está sobre eles.
10
- O seu touro gera, e não falha; pare a sua vaca, e não aborta.
11
- Fazem sair as suas crianças, como a um rebanho, e seus filhos andam saltando.
12
- Levantam a voz, ao som do tamboril e da harpa, e alegram-se ao som do órgão.
13
- Na prosperidade gastam os seus dias, e num momento descem à sepultura.
14
- E, todavia, dizem a Deus: Retira-te de nós; porque não desejamos ter
conhecimento dos teus caminhos.
15
- Quem é o Todo-Poderoso, para que nós o sirvamos? E que nos aproveitará que
lhe façamos orações?
16
- Vede, porém, que a prosperidade não está nas mãos deles; esteja longe de mim
o conselho dos ímpios!
17
- Quantas vezes sucede que se apaga a lâmpada dos ímpios, e lhes sobrevém a sua
destruição? E Deus na sua ira lhes reparte dores!
18
- Porque são como a palha diante do vento, e como a pragana, que arrebata o
redemoinho.
19
- Deus guarda a sua violência para seus filhos, e dá-lhe o pago, para que o
conheça.
20
- Seus olhos verão a sua ruína, e ele beberá do furor do Todo-Poderoso.
21
- Por que, que prazer teria na sua casa, depois de morto, cortando-se-lhe o
número dos seus meses?
22
- Porventura a Deus se ensinaria ciência, a ele que julga os excelsos?
23
- Um morre na força da sua plenitude, estando inteiramente sossegado e tranqüilo.
24
- Com seus baldes cheios de leite, e a medula dos seus ossos umedecida.
25
- E outro, ao contrário, morre na amargura do seu coração, não havendo provado
do bem.
26
- Juntamente jazem no pó, e os vermes os cobrem.
27
- Eis que conheço bem os vossos pensamentos; e os maus intentos com que
injustamente me fazeis violência.
28
- Porque direis: Onde está a casa do príncipe, e onde a tenda em que moravam os
ímpios?
29
- Porventura não perguntastes aos que passam pelo caminho, e não conheceis os
seus sinais,
30
- Que o mau é preservado para o dia da destruição; e arrebatado no dia do
furor?
31
- Quem acusará diante dele o seu caminho, e quem lhe dará o pago do que faz?
32
- Finalmente é levado à sepultura, e vigiam-lhe o túmulo.
33
- Os torrões do vale lhe são doces, e o seguirão todos os homens; e adiante
dele foram inumeráveis.
34
- Como, pois, me consolais com vaidade? Pois nas vossas respostas ainda resta a
transgressão.
Reflexões...
Sem palavra
para descrever o meu amor por Ti SENHOR.
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